quinta-feira, 27 de junho de 2013

Resenha do Livro "Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band: Um ano na vida dos Beatles e Amigos"*

Hoje estou aqui pra falar de um livro, que, pra mim, é um dos melhores livros biográficos sobre os Beatles, e o meu favorito. Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band: Um ano na vida dos Beatles e Amigos. é um daqueles livros que todo fã de Beatles deveria ler. Aliás, não só fã de Beatles. Aqueles apaixonados pelo chamado acid rock, devem ter esse daí como livro de cabeceira!
Muito mais do que mais uma biografia sobre os Beatles, esse livro é um relato sobre o que aconteceu na música, em especial, no rock, durante os anos de 1966 e 1967. Além disso, o livro, que poderia ser considerada uma bela tese de mestrado, mostra os motivos para o álbum, e suas consequências para a música em geral.

Quem conhece um pouco da história dos Beatles, sabe da importância quase que crucial do álbum Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band para história da banda e a história do rock. Se existe um ano importante na história dos Beatles, com certeza não foi no início na Beatlemania e nem o final da maior banda de todos os tempos. E é esse o principal motivo pelo qual o Clinton Heilyn decidiu se dedicar a um ano inteirinho na vida dos Beatles.

Para ambientar o leitor, o autor começa contando sobre o lançamento de Revolver, talvez o melhor disco dos Beatles. O sétimo álbum dos Beatles foi lançado em 1966, meio que às pressas no Reino Unido. Foi nesse disco onde John, Paul, George e Ringo começaram a dar os seus primeiros acordes rumo a algo inovador, que ninguém sabia ainda muito bem como seria finalizado.

Depois de Revolver, os Beatles, cansados pela maratona da Beatlemania, decidiram que era hora de por fim àquela loucura e procurar novos horizontes para a sua carreira. Assim, resolveram por fim às suas apresentações ao redor do mundo.

Com os Beatles "aposentados" outras bandas já bem-sucedidas, podiam, agora, ter o seu lugar ao sol. De repente, os Stones tiveram espaço para mostrar o seu trabalho, assim como os Beach Boys podiam recuperar a sua majestade nos EUA (com o seu majestoso álbum Pet Sounds). Era também o momento de Jimi Hendrix e Pink Floyd começarem a brilhar. Além disso, Dylan começava a enfrentar os problemas da sua vida pessoal com as drogas.

Livres para poder fazer aquilo que amavam, somente compor, os Beatles, dessa vez liderados pelo Paul (John se encontrava completamente apático pelo trabalho em decorrência do uso excessivo de drogas, em especial do LSD. Ainda assim, John conseguiu contribuir com maravilhosas canções, que foram trabalhada pelo colega de composição. Era unanimidade entre os próprio Beatles, o comentário de que Sgt Pepper's foi um álbum inteiramente de McCartney.), iniciaram os trabalhos para uma obra que eles já imaginavam ser um divisor de águas em sua carreira. Levado pelo pensamento, que Dylan explicou como sendo que "eles não queriam ser mais bonitinhos", o quarteto resolveu fazer um disco de "canções do Norte da Inglaterra". Algo que fosse mais profundo, e que lembrasse a infância em Liverpool e as cantigas que seus pais e irmãos cantavam quando jovens. Assim, quando John chegou aos estúdios com Strawberry Fields Forever em mãos, ficou completamente clara a ideia do novo disco.Strawberry Fields foi gravada e altamente trabalhada nos estúdios, demorando várias sessões para ficar pronta - antigamente, os Beatles conseguiam gravar um disco inteiro em uma única sessão ficando a cargo de George Martin a finalização. Diante da bela canção de John, Paul não deixou barato e chegou ao estúdio com Penny Lane, uma canção altamente bucólica, que fala de uma rua e das pessoas que vivem nela.

Diante da demora tão grande de lançar material, com a qual os Beatles estavam tendo que lidar, ficou decidido que Strawberry Fields Forever e Penny Lane seriam lançadas no formato de compacto, para saciar a sede dos fãs por material inédito dos Beatles. E, assim, perdemos duas grandes músicas no Sgt Pepper's. Além disso, pela primeira vez na história dos Beatles, um compacto não chegou ao primeiro lugar das paradas de sucesso britânico.

Assim, os reis de outrora se viram sem duas de suas maravilhosas canções compostas para o álbum revolucionário, que não foram tão bem recebidas pelo público. Entretanto, a ideia de fazer algo diferente de tudo o que já tinham feito, permanecia. Paul e John (o primeiro muito mais que o segundo) se empenharam em fazer novas músicas.
A ideia da Banda do Clube dos Corações Solitários do Sargento Pimenta, surgiu como uma forma de conceituar o disco. Uma banda (que não os Beatles) do Norte da Inglaterra, com suas próprias composições, liderada por Billy Shears (nosso Ringo Starr em With a Little Help from My Friends), e apresentada pelos Beatles. Com o disco, o FabFour, com o efeito de muito ácido lisérgico, deveria apresentar o resgate à infância e à antigas tradições inglesas. A ideia de não haver espaço entre as músicas, daria uma ideia de apresentação direta da banda.

Entretanto, o tiro saiu pela tangente e o disco se tornou um amontoado de belas canções, sem muita ligação entre elas. Mas esse foi um problema percebido somente pelos críticos mais chatos. Aqueles que pareciam "compartilhar" da visão dos Beatles naquele momento, disseram que os quatro não poderiam ter sido mais felizes em um trabalho e lançaram a ideia do álbum conceitual, com musicas bem trabalhadas, em um único tema, e com toda preocupação com a arte da capa (coisa deixada em segundo plano nessa época). Os Beatles foram responsáveis pelo primeiro álbum simples em capa dupla, que continha as letras das canções.
Mas o que se pode dizer é que, depois de Pet Sounds (extremo sucesso da época e até hoje é um disco considerado como inesquecível pela maioria de revistas de músicas do mundo) do Beach Boys, os Beatles revidaram à altura. Sgt. Pepper's pode não ter sido completamente aclamado na época, tendo várias reviews ruins, entretanto, não se pode negar a revolução que ele causou na música pop. Mesmo o psicodelismo já sendo algo palpável dentro dos estúdios (o Pink Floyd estava nascendo e Jimi Hendrix Experience já era sucesso com o seu primeiro disco), os Beatles conseguiram aumentar o alcance do, chamado posteriormente de, acid rock. E, se os críticos daquela época não saudaram com aplausos o disco, até hoje tem quem o faça.
Por fim, sem mais delongas, Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band: Um ano na vida dos Beatles e Amigos é leitura obrigatória para todos os Beatlemaníacos de plantão, bem como toda e qualquer pessoa que gosta de história e música. Afinal, é o relato de uma época e não de uma banda.


With Love From Me To You


* Esse texto foi originalmente escrito em 19 de agosto de 2012, no blog pessoal de uma das autoras. O texto foi cedido a este blog sem qualquer problemas, e foi editado pela mesma pessoa que o escreveu. Todo o conteúdo, bem como imagens, pertence a autora.

domingo, 23 de junho de 2013

Across The Universe: Um filme pra assistir sempre como se fosse a primeira vez


Esse fim de semana, aproveitei a "maresia" (entre aspas por que o bicho tá pegando em todas as capitais do país com protestos, e eu estava de olho em tudo!) do feriadão e resolvi reassistir Across The Universe. Eu diria que esse filme é um daqueles que não importa quantas vezes você assista, vai sempre encontrar algo novo na trama. Eu já assisti dezenas de vezes e é sempre como se fosse a primeira vez.

Quem é fã dos Beatles, dispensa apresentações, mas para aqueles que não conhecem o filme, Across The Universe é um musical de 2007, que conta unica e exclusivamente com versões de canções dos Beatles. A história se passa durante os anos 60 e conta a trajetória de toda uma década, com suas conquistas e tristezas: A Guerra do Vietnam, Movimento Pacifista, o mergulho no LSD pela sociedade...
De uma forma divertida, o filme passa por todas as nuances dos anos 60.

Across The Universe é um musical. Quase um espetáculo de dança de teatro adaptado para o cinema. O que pode ser um problema pra quem não é muito fã desse tipo de arte. Entretanto, com um pouco de conhecimento em história, especialmente a dos anos 60, você consegue entender cada cena. Então esqueçam essa história de "enredo mal amarrado" que alguns críticos de cinema teimam em escrever sobre o filme.

Além disso, a história é cheia de referências aos Beatles: A começar por Liverpool, e isso sem contar o nome dos personagens que são, em suas grande maioria retirados das canções dos Beatles: Jude, Lucy, Max, Sadie, Jojo, Prudence, Dr. Robert, Rita, Martha, Molly (tá conseguindo lembrar de todas?)...


Eu aproveitei a companhia de meu pai dessa vez, pra ir explicando um pouco sobre o filme, e como ele trazia os anos 60, sem ser "sem noção" (apesar de que, na hora do Dr. Robert, foi quase impossível). E fui percebendo várias coisinhas, que achei interessante trazer pra vocês!! Então, da próxima vez que assistir Across the Universe, preste atenção em:


  • ♥ Logo nas primeiras cenas, Jude e a namorada Molly, estão curtindo um som no Cavern Club.
  • ♥ Um pouquinho depois, um funcionário das Docas de Liverpool, onde Jude trabalha, diz a ele que esperava estar fazendo algo muito diferente quando tivesse 64. Uma referência à música When I'm Sixty-Four
  • ♥ Jude lembra o Paul e Max lembra o John (e a Lucy não lembra a Linda?) isso é inegável.
  • ♥ Os colegas de Max na faculdade são 3, ao encontrar Jude, eles viram cinco, como no início dos Beatles (John, Paul, George, Stuart Sutcliffe e Pete Best).
  • ♥ Os 5 interpretam "With a Litte Help from my Friends". O fim da versão do filme é influenciada pela versão linda e maravilhosa dJoe Cocker (que também aparece no filme, cantando "Come Together")
  • ♥ Ao conhecer Jude e Max, Sadie diz que eles parecem ser gente boa, mas que podem ter matado a avó a marteladas. Uma alusão à música "Maxuell's Silver Hammer"
  • ♥ Sadie é a caricatura de Janis Joplin
  • ♥ Jojo é a caricatura de Jimi Hendrix
  • ♥ Prudence aparece no apartamento entrando pela janela do banheiro (She Came In Through The Bathroom Window
  • ♥ Jude começa a se interessar por arte e fazer desenhos para revistas, lembrando o interesse e a faculdade John e de seu colega Stu.
  • ♥ Na festa do Dr. Robert, todo mundo está bebendo ponche, e logo depois, todo mundo tem aquela verdadeira viagem transcendental, típica do LSD. Isso lembra a forma como o George experimentou , sem saber, LSD pela primeira vez, na casa do seu dentista, misturado ao café.
  • ♥ Ainda com o Dr. Robert, eles fazem uma viagem em uma espécie de ônibus. Impossível não reconhecer o filme Magical Mystery Tour.
  • ♥ O circo que eles encontram no meio do caminho é tão alto que parece um Helter Skelter.
  • ♥ Durante a apresentação de "Being for the Benefit of Mr Kite", aparecem BLUE MEANIES! Vocês lembram deles no filme de Yellow Submarine?
  • ♥ Em "Because" a cena em que eles estão debaixo d'agua, Lucy e Jude reproduzem essa clássica foto de John e Yoko, capa da Rolling Stones em janeiro de 1981 (mês seguinte à morte de John). 
  • ♥ Pra desenvolver o trabalho da logo para a gravadora de Sadie, Jude começa desenhando maçãs, símbolo da Apple Corps.
  • ♥ Jude é extraditado dos EUA, assim como John foi.
  • ♥ A grande manifestação anti-guerra, acontece na Universidade de Columbia. Para quem não sabe, a Universidade de Columbia foi o berço da Geração Beat, de Jack Kerouac, Allen Ginsberg e Lucien Carr. Os Beatles foram muito influenciados pela Geração Beat.
  • ♥ Em "Across The Universe" surgem as referências à Índia.
  • ♥ Strawberry Jam, o selo-referência para a Apple Corps.
  • ♥ O show no terraço do prédio: clássico.
E aí? Conseguiu lembrar de mais alguma coisa que deixei passar? Comenta aí e não deixa de participar!!

With love from me to you.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Parabéns, Paul!


Hoje, dia 18 de junho, é aniversário do nosso eterno e inoxidável Paul McCartney! Fizemos uma série de postagens hoje no Facebook em comemoração a essa data tão importante para todo beatlemaníaco.

Paul, muita saúde, muitas alegrias, e muitos anos de rock pela frente! Desejamos sempre tudo de melhor e enviamos todas as energias positivas pra você nesse dia tão feliz!

With love from me to you

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Os 40 discos mais chapados da história da Revista Rolling Stones

A Revista Rolling Stones divulgou semana passada, mais uma das suas famosas listas: Os 40 discos mais chapados (se assim podemos traduzir!).
As escolhas da revista vão desde 1970 até a década de 2000, com uma variedade pra ninguém botar defeito. O critério escolhido foi o de escolher álbuns grandiosos que fossem ótimos sempre, e não somente quando se está chapado! 

Levando esse quesito em consideração, é claro que os Beatles não poderiam estar fora dessa, né? A equipe da revista escolheu em quinto lugar o disco Rubber Soul!


A fábrica de riso começou a se infiltrar no som dos Beatles não muito tempo depois de terem o famoso encontro com Dylan, onde experimentaram maconha pela primeira vez em 1964. Em Rubber Soul, a infiltração se tornou uma enxurrada, da viagem com a cítara em "Norwegian Wood" passando pelas profundas "Think For Yourself" e"Nowhere Man", até o isolamento introspectivo de "You Won't See Me" e "I'm Looking Through You". "Rubber Soul foi o álbum da maconha e Revolver o do ácido", John Lennon disse em 1972. "As drogas estão aí para impedir que o resto do mundo te encha."

Para conferir a lista completa clique aqui.

E você? Acha mesmo que o Rubber Soul é o disco mais chapado dos Beatles?


With love from me to you

domingo, 16 de junho de 2013

Sejam Bem Vindos ao nosso Blog

Sejam muito bem vindos ao nosso novo lar. Depois de nos divertirmos muito no Facebook e Instagram, agora, a Gente que quer ver Paul falando Oxente, virou blog.
Mas calma! Nós não vamos deixar vocês por lá não! Isso daqui é só o nosso cantinho de inspiração. Mais um local onde a gente possar falar sobre Beatles, em uma nova linguagem e continuar sorrindo muito.
É de Beatlemaníaco para Beatlemaníaco. Sem distinção de região. Estamos aqui pra mostrar tudo de lindo pra mim, pra você e pra toda a gente que gosta do que a gente gosta!

Programação Beatlemaníaca de Salvador? Aqui vai ter!
Melhores leituras Beatlemaníaca? Aqui vai ter!
Você? Aqui também vai ter!

É por isso que além das boas vindas, estamos convocando vocês a fazerem parte do nosso mundo!

With love, from me to you.